segunda-feira, 7 de maio de 2018

Submundo HQ N°214 : Review: "Demônios", "Homem-Aranha - A Morte da Tia May", "Superman - Curt Swan", e Mais...

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Novos "Reviews" na área com MAIS uma fornada de gibis comentados. As avaliações seguem a escala de NOTAS: "RUIM" [☆], "REGULAR" [☆☆], "BOM" [☆☆☆], "MUITO BOM" [☆☆☆☆], e "EXCELENTE" [☆☆☆☆☆]!
Neste "Review" tem: "Demônios"O "Despertar de Cthulhu""O Rei Amarelo""Homem-Aranha - A Morte da Tia May", "Homem-Aranha - O Rapto de Mary Jane", "Superman - Lendas do Homem de Aço" (de Curt Swan), "Peninha" (Vol. 1), "Os Anos de Ouro do Mickey 14 - No Mundo do Amanhã", "Mulher-Aranha" (Salvat Vermelha), e "Scooby - Apocalipse"!
Confira abaixo... (lembrando que as opiniões e críticas nesta coluna são meramente pessoais):
"Demônios" + O "Despertar de Cthulhu" + "O Rei Amarelo": Essas 3 edições formam a "Trilogia das Cores" da Editora Draco (Vermelho, Verde, e Amarelo: São - respectivamente - as cores predominantes em cada Vol). É um projeto nacional com HQs curtas de terror (sobre cada tema proposto) feitas por diversos artistas (de estilos variados). Em "Demônios de Goetia", 72 entidades satânicas surgem em 8 contos onde a maldade e corrupção humana não tem limites! O "Despertar de Cthulhu" é baseado na obra de H.P. Lovecraft, onde um monstro abissal corrompe a alma dos incautos com sua presença sinistra! E o "Rei Amarelo" revive a obra de Robert W. Chambers (um livro de 1895), sobre uma peça de teatro maldita que enlouquece todos que a leem! As 3 edições mantém o mesmo nível de terror psicológico, visceral, e perturbador: E devem agradar em cheio quem busca um terrorzão bem violento e sanguinário. Pena que a arte seja irregular em algumas histórias devido à rotatividade de artistas de estilos diferentes! NOTA (a mesma pras 3 edições): "BOM" [☆☆☆]!

"Mulher-Aranha" (Salvat Vermelha): Jéssica Drew já foi uma Agente da Hydra (sua 1º HQ vem de "brinde" nesta edição da Salvat) só que seguiu carreira como super-heroína... e agora ela faz parte da 1º linha de defesa contra alienígenas "Skrulls" espalhados pela Terra (após os eventos da mega-saga: "Invasão Secreta"). De Brian Michael Bendis & Alex Maleev (Demolidor), esta HQ (publicada originalmente em: "Spider-Woman" 1-7 de 2009) estava INÉDITA no Brasil até hoje (sabe-se lá por que a Panini resolveu pular este arco)? E curiosamente, chegou a gerar até mesmo um "desenho DESanimado" (disponível no Youtube) no estilo daqueles que a Marvel fazia nos anos 60, rs. A história é boa, mas tem um problema que incomoda (um pouco) durante a leitura: O fato de parecer que estamos lendo uma HQ da "ALIAS" (Jessica Jones), rs - pois o Bendis não conseguiu se desvencilhar da personagem que escreveu pra linha MAX! NOTA: "BOM" [☆☆☆]!

"Superman - Lendas do Homem de Aço" (de Curt Swan): Esta edição chegou a ser anunciada aqui no blog no ano retrasado, mas somente agora foi lançada em comemoração aos 80 anos do "Super". Curt Swan teve uma longa carreira nas HQs do Homem de Aço, passando 3 décadas à frente dos gibis do herói. Diante de tanto tempo de materiais produzidos pelo artista, a Panini resolveu publicar o arco: "Kryptonita Nunca Mais" (do início dos anos 70) escrito por Dennis O’Neil. É um boa sequência de histórias: Menos ingênuas do que no auge da Era de Prata, mas ainda assim um material Pré-Crise (não custa avisar). Porém, uma polêmica envolveu a edição da Panini: a qualidade abaixo dos padrões normais de colorização. O TP americano é assim mesmo, não houve um tratamento adequado de cores (e já estamos acostumados com uma qualidade melhor). Mas avaliando-se o conteúdo em si, ainda vale a pena ter essas histórias na coleção! NOTA: "BOM" [☆☆☆]!
"Homem-Aranha - A Morte da Tia May" + "Homem-Aranha - O Rapto de Mary Jane": DOSE DUPLA da coleção aracnídea da Salvat... Na 1º, temos uma sequência de histórias publicadas originalmente em: "Amazing Spider-Man" 194-200 (que saiu aqui no "Aranha" da Abril nº 7-9), que apresentam: A 1º aparição da "Gata Negra", A trágica "morte" da Tia May (entre aspas, porque sabemos que isso NÃO ocorreu - foi "pegadinha do Malandro", rs) e o reencontro do Aranha com o assassino do Tio Ben. De Marv Wolfman & Keith Pollard, essas histórias são o retrato de uma fase inesquecível pro cabeça-de-teia. NOTA: "MUITO BOM" [☆☆☆☆]! Já o "Rapto de Mary Jane", traz material da fase McFarlane (Amazing Spider-Man 303-309) envolvendo: "Silver Sable", O "Gatuno", e um fã-psicótico apaixonado pela Mary Jane que a sequestra e mantém em cativeiro. Divertem e nada mais! NOTA: "BOM" [☆☆☆]!
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"Os Anos de Ouro do Mickey 14 - No Mundo do Amanhã" + "Peninha" (Vol. 1): A coleção do "Mickey" de Floyd Gottfredson é um verdadeiro TESOURO nas bancas, boa parte dessa fase permanecia INÉDITA no Brasil até a estreia desta belíssima coleção, que publica as histórias em ordem cronológica. O Vol. 14 mostra a visão que se tinha na época (1943-1944) do que seria o "futuro" nos anos 2000 (é sempre engraçado ver como a ficção científica de gerações anteriores imaginava o "nosso" presente atual, rs). Essa história havia sido publicada uma única vez no Brasil em 1950. NOTA: "EXCELENTE" [☆☆☆☆☆]! E o "Peninha" ganha uma coleção de luxo (capa-dura) em 2 Vol. com todas as HQs de seus criadores: Dick Kinney & Al Hubbard. A edição tem quase 30 histórias (10 delas INÉDITAS no Brasil) produzidas entre 1964-1965, que trazem, é claro, a 1º aparição do "Peninha" e outras divertidas HQs com participação do "Pato Donald". NOTA: "BOM" [☆☆☆]!

"Scooby - Apocalipse": Vejam só o que diz a sinopse oficial: "Perambulando pelo mundo em sua característica van verde, a Máquina Mistério, eles resolveram incontáveis crimes e desmascararam suspeitosas atividades sobrenaturais. Mas e se as criaturas horripilantes fossem de verdade? Algo terrível modificou nosso mundo e transformou milhões de pessoas em uma horda de monstros. E apenas cinco pessoas – na verdade, quatro pessoas e um cão sarnento – têm o conhecimento, a habilidade e a coragem insana para encarar o fim do mundo. Será que essas crianças enxeridas e sua companhia canina – usando todas as engenhocas incríveis que possuem – conseguirão defender a praga que ameaça o planeta Terra?"... Pois então, essa HQ é ainda PIOR do que parece pelo texto acima, rs. Aliás, a CAPA (acima) já deixa claro o que esperar do gibi (um refugo dos anos 90 - com gente bombada e armada até os dentes). Sem mais - NOTA: "RUIM" [☆]Até+ 
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Créditos:) Leo Radd http://submundo-hq.blogspot.com.br/2018/04/review-demonios-homem-aranha-morte-da.html

Charge N°62260!

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Arquivos Turma da Mônica N°632 - Os primórdios do politicamente correto (Parte 2)!

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Há algum tempo eu criei uma postagem mostrando alguns casos de quando começou o politicamente correto, ou colocando quando aconteceu a primeira vez ou a última vez determinadas situações incorretas. Então nessa postagem mostro outros casos que ficaram de fora e que valem a pena retratar para saber quando que começaram essa paranoia de politicamente correto.

A primeira situação que mostro são os palavrões que sempre marcou a Turma da Mônica. Os personagens quando muito irritados falavam palavrões só que eram representados por símbolos como bombas, pregos, cobras, lagartos, etc, para não deixar explícito. Apenas mostravam os símbolos e os leitores que sabiam que se tratavam de palavrões.

Foram várias histórias assim desde que foram criados, seja só situações rápidas em um quadrinho de extrema irritação até histórias e tirinhas com tema de palavrões, como o nível dessa tirinha publicada em 'Cascão Nº 115' (Ed. Globo, 1991) em que o Cebolinha fala palavrão para o Cascão e acaba escrevendo os palavrões no muro depois da mãe dele lavar a boca com sabão. Ou seja, além de ser divertida, ainda mostrava indiretamente que palavrão era errado.

Detalhe do Cebolinha ter falado palavrão, ele ainda rabisca muro no final, outra situação incorreta, fora a Dona Cebola ter lavado a boca dele à força , situação também não muito bem vista no politicamente correto.
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Tirinha de 'Cascão Nº 115' (1991)
A última vez que os personagens falaram palavrão foi na história "Tá em código!" de 'Parque da Mônica Nº 40' (Ed. Globo, 1996), em que o Cebolinha resolve xingar a Mônica rabiscando símbolos no muro, no estilo dos passatempos de "Carta Enignática" que tinham nos gibis. No final, após o Cascão ter estragado o plano mais uma vez, o Cebolinha fala palavrões e o Cascão faz de desentendido que não consegue decifrar o que o Cebolinha estava falando, como mostro abaixo:
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Trecho da HQ "Tá em código!" - Parque da Mônica Nº 40' (1996)
Detalhe que além dos palavrões, tem os rabiscos no muro, como uma das últimas histórias que os personagens faziam isso, já que em 1997 em diante também não podia mais ter histórias assim.

Depois dessa história, ainda teve em 1996 uma tirinha em que a Magali vê os meninos falando palavrões e resolve se meter para eles não brigarem, aí como falam pqra ela que a conversa não chegou na cozinha, os 3 começam a discutir com palavrões. Essa foi a última tirinha envolvendo palavrões em um gibi. Mostro abaixo:
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Tirinha de 'Magali Nº 193' (1996)
A partir de 1997 não tiveram mais palavrões nos gibis, pelo visto porque  os palavrões sendo só símbolos influenciavam as crianças a falarem palavrões, podem ficar imaginando o que os personagens estão xingando e passar a falar na vida real e devem ter tirado por isso. para mim bobagens, isso não acho estímulo para se falar palavrões.

Além dos palavrões, algumas palavras passaram a ser proibidas também ao longo dos anos por acharem incorretas para os gibis. Palavras como "azar" (que passaram a colocar "má sorte"), "minha nossa!", "droga!", "diacho!", e até algumas surpreendentes como os bichos "piranha" e "perereca" não podem mais, sempre alterando em almanaques palavras como essas, como na história "Era uma vez uma perereca" (Mônica Nº 147 - Ed. Globo, 1998), mudaram pra "sapinho" no 'Grande Almanaque Turma da Mônica Nº 21' (Ed. Panini, 2017)..

A palavra "Droga!" em especial era a mais falada quando os personagens estavam brabos. Era muito frequente aparecer nos gibis, isso quando não era "Diacho", que tinha a mesma finalidade, sendo mais falada com o Chico Bento, mas aparecia outros personagens falando.
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Trecho da HQ "A Imperdoável" - 'Magali Nº 1' (1989)
A última vez que os personagens falaram a palavra "Droga!" foi na história "Incrível" , de Cascão Nº 257' (Ed. Globo, 1996), em que o Cascão vê o Cebolinha correndo atrás da Mônica e depois vê que estavam brincando de pique-pega e o Cebolinha fala "Droga!" por ela ter chegado primeiro. Detalhe do Cascão na lata de lixo, caso que falo mais adiante nessa postagem.
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HQ "Incrível" - 'Cascão Nº 257' (1996)
A partir de 1997, os personagens não falaram mais "Droga!" nos gibis, deve ser porque acham que se trata de palavrão ou porque lembra drogas entorpecentes , que também são proibidas nos gibis. Sempre que querem falar essa palavra, eles passaram a falar "Bolas!" no lugar e nas republicações da Panini sempre alteram "Droga!" por "Bolas!". A proibição das palavras "Droga!" e "Diacho!" serviu como base para passarem a proibir também as outras palavras citadas aos poucos ao longo dos anos. Lamentável!

Outro caso que mostro é do Bidu e os outros cachorros não poderem mais mijar nos postes. Nos gibis antigos era normal ver os cachorros mijarem nos postes, nos muros da rua tranquilamente, sem ninguém se importar com isso. Ou colocavam histórias dos cachorros mijando naturalmente em situação de cotidiano ou algumas fazendo piadas com isso. Já teve até história com o Duque contando porque os cachorros mijam em postes, vindo de seus ancestrais.
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Trecho da HQ "História do cão" - 'Cascão Nº 39' (1988)
De repente, em 1996, foi proibido aparecer cachorros mijando em postes nos gibis, uma ordem por conta de que os gibis são exportados para o mundo todo e tem países que não aceitam isso, dando até prisão aos cachorros de rua e donos que deixam cachorros mijarem na rua. Se não acharem também que vai incentivar os leitores a mijarem nas ruas. Achei um absurdo isso, nada a ver proibirem de cachorros mijarem na rua, não faz sentido nenhum.

Para lançar a novidade, criaram a história "Politicamente Correto", publicada em 'Parque da Mônica Nº 37' (Ed. Globo, 1996). Nela, Bidu mija em um poste e aparece o Manfredo para avisar que teve ordens que não podia mijar porque é errado e teve a solução de fazer o Bidu mijar sentado na privada como os humanos. Mas o Bidu, com vergonha dos leitores vendo mijando naquela posição, aí acaba desistindo e sai disfarçado pela situação constrangedora. Detalhe que no momento que ele mija não é mostrado a cena, só o xixi já no poste par anão chocar. Ridículo. Depois dessa história nunca mais apareceu Bidu mijando nos postes.
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Trecho da HQ "Politicamente Correto" - Parque da Mônica Nº 37' (1996)
Esse foi o primeiro caso de politicamente correto nos gibis da MSP, dando para perceber que algo estava mudando na MSP e que depois dessa foi criando gosto para aparecer os outros casos aos poucos, visto que a maioria começou a aparecer em 1997. Foi primeira vez, inclusive, que essa expressão "politicamente correto" foi usado nos gibis e logo em um título, sendo histórico isso. Interessante que no início eles gostavam de dar satisfação aos leitores sobre as mudanças, seja criando história ou através de propagandas, como eles fizeram quando os personagens deixaram de rabiscar muros.

Outro caso são os bandidos que deixaram de aparecer nos gibis. Sempre apareciam nos gibis desde a Editora Abril, foram bandidos de todos os tipos e várias histórias com personagens sendo assaltados em bancos, lanchonetes, dentro de casa, entre outros, ou então sequestrados, ou até os personagens obrigados a participarem de assaltos por alguma chantagem ou por eles serem confundidos com a aparência de um integrante da quadrilha.

Isso anda quando os bandidos faziam participação rápidas nas histórias, as vezes em situações que nem imaginava ou precisaria aparecer eles estavam lá. Já teve de tudo. O tipo de histórias que eles gostavam mais era colocar uma dupla de bandidos, sendo um mais alto e esperto que é o líder e um mais baixinho e lerdo que costuma atrapalhar os planos. Seja histórias com mais ação, aventura ou mais voltadas para comédia, os bandidos estavam lá.

Até que a partir de 1997 deixaram de mostrar os bandidos nos gibis. Pelo visto pela violência que andava no Brasil cada vez maior para não estimular mais crimes, fora traumas de quem já foi assaltado e ver os personagens envolvidos, fora que armas de fogo pelos personagens também foram proibidas nos gibis, aí passaram de colocar histórias assim. A última vez que apareceram com frequência foi na história "O terrível bando de Al Cafona" de 'Parque da Mônica Nº 47' (Ed. Globo, 1996) em que Cebolinha e Cascão são sequestrados após a bola deles entrarem no esconderijo dos bandidos.
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Trecho da HQ "O bando de Al Cafona" - Parque da Mônica Nº 47' (1996)
Nesse mesmo gibi ainda teve outra história com bandido que sequestrou o Bidu e outros cachorros para que participasse de um assalto a banco. Após essas, ainda tiveram uma ou outra história com bandidos, mas com participações bem rápidas, sem eles serem foco principal, até sumirem de vez por volta de 1999. Sobrou até para dupla Zum e Bum que passaram a frequentar o limbo dos personagens esquecidos por serem bandidos e essa palavra também foi proibida, quando precisam colocam como "meliantes". De fato, acho que exageravam com presença de bandidos nos gibis, principalmente nos anos 70 e 80, mas não precisaria tirar de vez dos gibis, é como se não tivesse bandidos no mundo.

Outra situação são os diabos que deixaram de aparecer também. Já apareceram vários tipos de diabos, uns com traços mais do estilo da MSP, outros mais assustadores, outros como crianças, além do diabo da Turma do Penadinho e vários tipos de histórias com aventuras de luta entre o bem e o mal, ou diabo querer algo da turminha, uns eram mais atrapalhados, voltados ao humor, outros eram de meter medo. Sendo que o tipo de história que mais gostavam era do diabo querer que algum personagem venda a alma para ele.

De repente a MSP deixou de colocar histórias com diabos, pelo visto porque traumatizava as crianças a presença dos diabos, reclamação dos pais, fora que também passaram a não ter histórias religiosas nos gibis. A última vez que diabos apareceram com frequência foi na história "Com os diabos" de Cebolinha Nº 139' (Ed. Globo, 1998), em que um diabão propõe ao outro diabo que consiga comprar a alma do Cebolinha para que pudesse continuar no inferno. Detalhe do Cebolinha com uma arma de brinquedo na mão, que foi importante pra fazer o trocadilho dos nomes "arma" e "alma", uma das últimas histórias com personagens com armas na mão. 
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Trecho da HQ "Com os diabos" - 'Cebolinha Nº 139' (1998)
Depois dessa história, uma ou outra vez ainda apareciam diabos com a turminha, ou mostravam ainda o da Turma do Penadinho até sumirem de vez. Depois de muito tempo, já na Panini ainda tentaram fazer histórias com diabos como a de abertura de 'Cebolinha Nº 89' de 2014, mas seguiu adiante, capaz de ser por reclamações dos pais. Ainda assim uma vez ou outra mostram diabos após 2014, só que bem raro e sem aqueles estilos de histórias como os das Editoras Abril e Globo.

Último caso que mostro e que considero mais revoltante desses é o Cascão na lata de lixo ou no lixão. Nas histórias antigas, era muito comum ele estar dentro de uma lata de lixo, seja brincando ou fugindo da chuva ou até mesmo para descansar. Durante toda a trajetória renderam histórias e capas excelentes e memoráveis com o Cascão na lata de lixo, algumas até sendo o tema da história  Sempre era divertido vê-lo na laxa de lixo, principalmente quando escondia da chuva, já que era o local mais próximo para escapar senão tomaria banho.

A partir de 1997 a MSP infelizmente deixou de colocar histórias com ele na lata de lixo por achar que estimula apologia à sujeira, poderia incentivar as crianças a mexerem com lixo. Com isso, a última vez que Cascão apareceu em uma lata de lixo foi na história "Incrível" , de Cascão Nº 257 (Ed. Globo, 1996), em que descansando em uma lata de lixo até ver o Cebolinha correndo atrás da Mônica.
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Trecho da HQ "Incrível" - 'Cascão Nº 257' (1996)
Lembrando que isso vale não só para o Cascão, mas qualquer personagem não pode mais entrar em lata de lixo, inclusive os bichos como o Bidu e Mingau, que também entravam ou reviravam latas de lixo deixaram de fazer isso também.

Já capas prolongaram mais um pouco e a última capa que o Cascão apareceu em uma lata de lixo foi em 'Cascão Nº 308' (Ed. Globo, 1998), com até um ar politicamente correto, ensinando que mesmo ele estando na lata de lixo, não jogou o que estava comendo nem no chão e nem na própria lata que estava, e sim, em uma outra ao lado. Já não teve aquele encanto de capas antológicas que eram até durante os próprios anos 90.
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Capa de 'Cascão Nº 308' (1998)
Logo após a proibição da lata de lixo, Cascão também deixou de aparecer brincando em lixões, dentro de lama, tudo por causa do mau exemplo que dava com essas atitudes. A última vez que apareceu com frequência em lixão foi na história em "Sujinho... mas nem tanto" de Cascão Nº 264' (Ed. Globo, 1997), em que apareceu um menino mais sujo que o Cascão para mostrar que a sujeira não valia a pena e convencê-lo a limpar o quarto, não entrar mais em lixões e até tomar banho. Nela, Cascão até fala que não ia mais a lixões. No final, sabemos que foi o menino era o Anjinho e  conseguiu com que o Cascão passasse a ter mais consciência com a sujeira.

Coincidência ou não, foi uma história que marcou uma nova fase do Cascão a ser menos sujo, uma espécie de satisfação aos leitores que ia passar a conviver menos com sujeira. Desde então a personalidade já estava ficando diferente, com menos apologia à sujeira, como se quisessem limpar o Cascão aos poucos, e aí foi piorando isso ao longo dos anos.  O que foi uma pena que conseguiram estragar o personagem porque sem lata de lixo, brincar em lixão e na lama, foi completamente descaracterizado. A graça dele era essa e tirando tudo isso passaram a focar mais o personagem com histórias apenas criando e consertando brinquedos ou participando de planos infalíveis. Revoltante!
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Trecho da HQ "Sujinho... mas nem tanto" -'Cascão Nº 264' (1997)
Como podem ver, o politicamente correto estragou com as histórias e as características dos personagens. Ficam a favor de não dar mau exemplo, mas estragam com as histórias, fora que não dá liberdade para os roteiristas criarem do jeito que querem, o que considero pior. Em todos esses casos, após não ter histórias novas assim, até continuaram republicando nos almanaques de vez em quando, mas sempre que possível evitando republicar, tanto que tem muitas não tiveram republicações até hoje por conta disso ou então alteram falas e desenhos em almanaques recentes da Editora Panini para poderem republicar, o que é pior porque ficam mudando os trabalhos dos roteiristas e desenhistas da época e estragando as histórias originais só pra ficar a favor do politicamente correto. Se é incorreta para os padrões atuais.

Para saber mais sobre o politicamente correto nos gibis, entre na primeira parte:
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Créditos ;)  Marcos Alves - http://arquivosturmadamonica.blogspot.com.br/2018/04/os-primordios-do-politicamente-correto-parte-2.html

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Socializando HQ N°124 - Tio Patinhas n° 634!

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Tio Patinhas n° 634 é uma publicação da Abril Jovem, de Abril de 2018, contém 84 páginas ao todo (incluindo capas e contracapas) e traz o preço na capa de R$ 6,90 (seis reais e noventa centavos). Esta postagem é um "review", ou seja, um relato das minhas impressões e opiniões diante do conteúdo da revista. Não sou muito bom em esconder fatos, mas tentarei não dar muitos "spoilers", porém, se se preferir não saber de nada, já aviso que é melhor deixar a postagem agora mesmo.


Começo dizendo que adoro os quadrinhos Disney, mas, por uma questão de espaço e grana, não compro tudo o que é produzido, senão eu não teria mais lugar para dormir em casa, pois os gibis consumiriam tudo, então, acabo sempre escolhendo quais edições obter e também dou um jeitinho para que eu ganhe algumas, pois, assim, economizo meu dinheiro que já é tão pouco, mal dá para as necessidades mais básicas. Às vezes dá certo, como foi agora: ganhei a revista do Tio Patinhas e do Mickey. 

Esta edição do Patinhas tem uma capa bem bacana com as bruxas à espreita e um cenário sombrio. A HQ de abertura faz jus à capa, pois trata-e de uma aventura onde a Maga Patalójika convoca as bruxas amigas para tomarem a moeda n° 1 do Patinhas.

A história é bem legal e dinâmica, evolui sem enrolar e tem a participação do Donald, Huguinho, Zezinho, Luisinho e Gastão. Sim! Gastão aposta com Donald como ele não consegue permanecer um tempo no interior de uma construção de estilo medieval nada convidativa. Curiosamente, as bruxas farão uma breve visita àquele mesmo local.

A próxima HQ tem a participação do Urtigão. Nós, leitores veteranos, sabemos bem que é comum o caipira interagir com os patos e que isso já rendeu ótimas histórias. A diferença é que agora trata-se da versão italiana do personagem e somente o Patinhas é que dá as caras.
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"Pistas do Klondike" é a HQ que mais gostei por ter os elementos clássicos das aventuras do Patinhas: sua busca histórica por dinheiro, Dora Cintilante e seu bar, um malfeitor agindo na menor oportunidade e um gigantesco urso que acabou sendo de muita serventia ao Patinhas. Ela tem argumento e roteiro de Knut Kaerum e desenhos fabulosos de Arild Midthun. Cara! Eu amo essas HQs que não são do eixo mais característico das produções italianas. Os desenhos são muito bem feitos e as ideias condizem bem com a personalidade dos personagens. Muitas dessas produções acabam sendo colocadas como HQs secundárias, mas eu gosto muito, a ponto de considerá-las até melhores do que as ditas principais. 

"Aprendendo a Dirigir" é exatamente o estilo consagrado de HQs Disney italianas ao qual me referi no parágrafo anterior: leve, divertido e com situações exageradas. A arte é bastante estilizada, o que proporciona maior sensação de movimento entre os quadros. É bem interessante esse estilo italiano, desde que o roteiro esteja à altura também. Neste caso, ela serviu como HQ de término da edição. Na minha opinião, seria uma boa HQ de miolo, pois tem o intuito de divertir sem apresentar nada sério. Tio Patinhas fica sem o seu faz-tudo Batista e vê-se obrigado a dirigir seu próprio carrão de luxo, mas ele já não exerce essa atividade há tanto tempo que acabou esquecendo-se das manhas. Então ele vê um anúncio de uma auto-escola oferecendo cinco aulas grátis e resolve contratar os serviços "para ontem". O professor é ninguém menos que o Peninha, o seu sobrinho atrapalhado. A HQ lembrou-me bastante dos bons tempos das produções brasileiras do Peninha. A diferença é que eu certamente riria muito mais se ela fosse brasileira. Mas esta produção italiana é bem divertida também e os desenhos são um show.

A seguir, o índice de todas as histórias e o que achei:

A QUADRILHA DAS BRUXAS - gostei
O CLUBE DOS RECLAMÕES - gostei
O DESAFIO DE FANTOMIUS - não li
PISTAS DO KLONDIKE - gostei
APRENDENDO A DIRIGIR - gostei

Eu as selecionaria assim:

A QUADRILHA DAS BRUXAS
PISTAS DO KLONDIKE
APRENDENDO A DIRIGIR
O CLUBE DOS RECLAMÕES
O DESAFIO DE FANTOMIUS

Na próxima postagem, o "review" será do Mickey. 

Até breve, pessoal!
Fabiano Caldeira.
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Créditos ;) Fabiano Caldeira  - https://socializandohq.blogspot.com.br/2018/04/tio-patinhas-n-634.html

Charge N°62240!

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